domingo, 25 de outubro de 2015

Eu vou mas eu volto - Parte I

O laço nos pulsos,
o laço no cabelo,
o nó na garganta.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Minha nova cama

... não é sobre ela; é sobre tudo que penso e vivo nela.
A greve me presenteou com o que eu mais desejava, minha casa.
Também minha família, meus jogos noturnos de final de semana entre outras coisas inesperáveis. Vivi uma realidade que não sabia que era capaz, não sei se foi benéfica mas me deu bons sorrisos e sensação de alívio, não tinha mais que ir para lá. O sofrimento em cuidar de fazer e desfazer a mala foi deixado de lado e deu lugar a arrumação da bolsa de treino. A correria de sair no final de semana porque domingo era dia de achar carona passou e deu lugar para uma preguiça, talvez, de "com certeza é melhor ficar na cama". Umas saudades são recorrentes mas como não ando sabendo bem como lidar comigo talvez seja melhor não atrair mais gente para perto. Tanto me foi dito sobre amigos nesse tempo que ao presenciar uma discussão capaz de mudar o rumo de histórias refleti sobre onde estão e quem são os meus.
Nesses meses de férias-greve também me senti com 17 anos, entrando em um ônibus rumo ao inesperado. Podia ter dado tudo errado, como acabou nos tempos de 17, mas deu certo mesmo com as pernas bambas e ainda não acabou. Dessa vez há clareza e uma boa dose de confiança com gotas de frustração já esperadas que não julgarei. Claro que não passaria assim tão em branco sem ao menos um porre digno de ser esquecido, houve. Mas todo o resto foi bem maior.
Mal consigo me manter em cima desta cama sem ver tudo que já aconteceu nela passando como um filme e olha que ela é novinha. Tenho duas semanas pela frente sobre esse mundo, hoje azul, confortável e gigante, que sei.. serão dias tumultuados, do choro ao riso, da clareza a confusão e de, claro, inesperados..
Continuo confusa, com a autocrítica lá no teto e me perguntando onde andará Fred para me dar um abraço e dizer para de frescura, mulher, sai daí. Hoje não sou capaz de gritar por Fred embora meu coração o faça sempre.
Com a greve eu ganhei também a certeza de um amigo, nesse caso me valeu as alegrias que já vivenciei e sei que em outro quesito, o das pequenas frustrações só cabe a mim enxergar até onde vai, como sempre, ao meu ver os tapas de sinceridade tem sido mais valiosos.
Eu disse.
Queria dizer a você quando disse também. Algum dia quem sabe.

Até o momento decidi que preciso trabalhar a força para refazer as malas e encarar mais uma vez aquele outro universo, quero tentar, novamente, de uma outra forma se possível. Se vou aguentar um dia, uma semana, o semestre ou até o diploma eu não sei, a longo prazo me parece razoável ao menos tentar. E se não der? Pra quem levou porrada, teve hematomas e se dedicou ao longo dos meses, 230km podem sim ser piores mas que eu seja capaz de lembrar da dor física: fica roxo, muito tempo, dói, queima, te impede de fazer determinadas coisas, exige cuidado, paciência, gelo mas passa e rápido até. Só não precisa chorar...
E estou aberta a mudanças de opinião.