sábado, 8 de junho de 2019

Fenomenologia astrologica bukowskiana

Ouço sempre sobre capricornianos serem coração gelado, engraçadíssimo a péssima análise astrológica do senso comum, sendo astrologia pseudociência ou não. E isso me levou a refletir sobre porque estudar humanismo é tão difícil mas faz tanto sentido e parece tão óbvio pra mim. A questão não está no que chamam frieza e no meu caso, astrologicamente, ainda temos a combinação com uma vênus em áquario, a tal liberdade nos relacionamentos. Não significa que sou fria E do mundo OU de ninguém. Não.  Significa apenas, voltando ao humanismo existencial fenomenológico, que eu sou totalmente responsável pelo que faço e sinto e penso mas tenho um total de zero controle sobre o outro. Significa que não importa o quanto eu sinta se o outro não for recíproco, seja por qual motivo for, apenas me cabe respeitar. Por toda minha vida agi assim. Isso pode ser interpretado de diversas formas inclusive como frieza e falta de compromisso. Doce engano. Talvez como em Bluebird de Bukowski para além da noção de responsabilidade pelos meus atos, sentimentos e interesses há um pássaro azul em meu coração que não quero que ninguém conheça, que deseja fugir, sair mas que só o deixo em algumas noites quando ninguém está olhando. Não quero arriscar deixar o pássaro voar e me frustrar, não quero sentir uma possível rejeição que já inunda meus pensamentos profundos desde que me entendo observando esse universo de relacionamentos. Misturando com a astrologia, como boa capricorniana guardo tudo nas profundezas, como boa pessoa com vênus em áquario quero deixar o outro o mais livre possível pra escolher ir, talvez eu só esqueça de demonstrar que ele pode escolher ficar. Eu, que me identifico com Bluebird há tantos anos,  acredito que deixando ele sair posso me foder na vida, em tudo que acho que construí, que ele pode desmanchar a ideia que criei do que sou. No fundo talvez eu nem saiba o que sou e fujo tanto disso por medo de quebrar verdadeiramente a cara como nas paranóias que alimento e me acostumei a alimentar. Eu como boa regida por saturno sou lenta tão lenta que as vezes só permito me entregar depois que o outro já está tomando a decisão de partir e então eu só aceito e, iludida de sabida, reafirmo minhas teorias sobre que os outros podem escolher ir e de que eles sempre escolhem ir, achando que foi melhor assim.