domingo, 30 de outubro de 2011

Vem cá ver

É para os olhos marejados que faço questão de mostrar o que ando perdendo, o que já perdi. É sobre duas rodas que pretendo fugir não daqui, mas de tudo e até de mim. Não importa mais quantos copos eu bebo, quanto juízo eu tenho, porque quando chega o final da noite não há ninguém que eu possa compartilhar. Todos estão ocupados, e vendo tudo isso de fora, sinto como se fosse uma estranha, alguém de outro universo. E, quando menos espero, acontece algo que muda tudo isso, por instantes; mas o costume de deixar tudo para os outros me faz perder novamente. E vendo isso de fora parece que o melhor aconteceu, para os outros. Observando tudo isso de fora, eu caio na realidade e vejo que estou a cada dia vendo tudo mais e mais longe, e para os outros. E é com essa situação que faço questão de guardar tudo trancado em sete caixas jogadas por aí em qualquer canto.

Análise

Ontem um psicólogo desses que a gente encontra na rua, nos bares, na roda de amigos tentou descrever minha personalidade e de mais duas amigas apenas pelos olhares e gestos. Confesso que fiquei surpresa e decepcionada: primeiro por ele dizer que eu funcionava como uma balança, o equilíbrio do trio, depois por ter outras coisas mencionadas. Não me decepcionei pelas coisas em si, mas pela clareza que demonstrei isso com o silêncio, prefiro não ser tão facilmente “desvendável”. Antes parecia mais fácil.

(20 de outubro de 2011)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Algum dia

Aposto que algum dia na sua vida você já perdeu a hora, acordou atrasado e mesmo assim foi o melhor dia da sua vida; esqueça as coisas ruins, agora sim, já aconteceu, não é? Pois bem, se perdendo a hora algo bom aconteceu, por que não poder acordar tarde de um sonho que você esqueceu-se de sonhar, ou que perdeu as possibilidades de ser real? Durma tarde, perca a hora sonhando algo novo, levante e se vista pro hoje. Quanto aquelas possibilidades, esqueça; talvez em algum momento elas voltem, mas elas irão até você e não ao contrário. Se não entendeu nada, finge que entendeu e comece o novo sonho imediatamente, enquanto você se esforça pra conter aquele líquido salgado que vem do que deve ser o mais puro do seu ser, alguém está feliz, na verdade muitos alguéns e eles não têm tempo disponível para coisas ruins, esse é o interessante. Pode-se perder o tempo, a hora, mas não pode entregá-los de mão beijada à dor, à tristeza, às coisas não positivas. Chega de dizer que está cansado e repetir isso infinitas vezes.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Sometimes goodbye's the only way

Para a felicidade da nação "terrorista" comunico que não tenho outra opção a não ser a de mudar. Quanto a que, pra onde, por que e quando, deixo a curiosidade fluir e o tempo dizer. Creio que vocês queriam meu bem antes e não seria diferente agora, mas, que alguns soltariam foguetes ou diriam "aleluia", não me resta nenhuma dúvida. Cada dia entendo mais o valor de não dizer as coisas, e sim de fazer com que elas aconteçam e provoquem surpresa nas pessoas, além de misteriosa é impressionante a reação que observo. Isso deve explicar melhor:


"... Em defesa daquilo que o serve
Muito se fala, pouco se escreve
Há quem saiba o que ninguém mais sabe
E quem veja o que ninguém mais vê..
Se eu falar sobre o que não entendem
Poucos escutam, muitos se ofendem..."


Deixo ir, deixo estar

(Escrito em Alfenas 16 de Outubro de 2011, numa manhã qualquer)

Quando coloco palavras no papel sinto como se elas pesassem mais. Quando as digito é como se elas saíssem tirando o peso que está em mim. Ando com um sentimento de AGORA inexplicável. Fiz o que queria, talvez não tenha dito sempre o que deveria, mas nessa última semana acredito não ter passado vontade.
Deixamos ir: as coisas, as pessoas, o tempo; e só o essencialmente verdadeiro prevalece, continua, seja no real, no coração ou na lembrança. Estranha mania nossa de querer adestrar o coração.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Stranger but mine

Mal acabei de fechar a mala e meus olhos já estão assim, o nó na garganta e uma saudade e vergonha por não ter coragem de dizer o que deveria. Essa semana apareceu uma carta de quando eu era criança e com pensamentos inocentemente adultos praquela idade. Eu desejava todos os dias que pudéssemos ficar juntos, sempre. São apenas 10 dias longe de vocês, mas começa assim: um final de semana, depois 10 dias talvez seja como um preparo para passar meses. E o nó aumenta. Outras cidades, outro país. Dessa vez todos teremos algo para ocupar nossas cabeças. Por mais diversão que isso possa ter, as vezes tenho a mesma vontade de quando era criança, mas mesmo que eu ore pedindo isso sei que é egoísmo meu. Tenho tão pouco tempo de estrada o que é que eu sei da vida? Não duvido que ao sentar no ônibus amanhã esse nó vai voltar, ainda mais por pensar em pessoas que não têm mais a chance de dizer e eu aqui, travada. Infelizmente só consigo escrevendo. Eu amo vocês, boa viagem pra todos nós!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Deixa ser

Talvez soe como cornetas para algumas pessoas, mas já era hora de declarar, is the end, dear friend, is the..end. Quase exatamente como sempre, passamos a página mas o vento joga-a de volta para lermos e entender detalhadamente que it's over again. Sentia que esse tempo traria tempestades de verão, mas a primavera, ah prima!, enganou-me tão bem. I TrIED (Just a Little Harder), se eu usasse um apagador o quadro ficaria embaçado agora, acho melhor lavá-lo e tirar de vez toda marca deixada pelo pó de giz. Janis me inspira, muito; não sei se para escrever, mas aqui dentro estou inspirada e desejo sorrir, em paz.

sábado às 21:22

Olhos repletos de lágrimas, tristeza que toma conta o tempo todo.. Se você acha normal sentir isso, explique-me uma boa razão, pois ser feliz não envolve dores. Quando li sobre os jardins achei que pudesse ser loucura, do pouco que arrisquei esta loucura é o que parece ter mais sentido. Agora é o que me resta, cuidar do jardim e não... Não esperar nada! Dois jardins bem cuidados tem mais chance de virar um belo campo florido. Como Sophie eu também não tive um amor como o de Juliet, mas quando o tiver, espero ter a coragem pra largar tudo e cruzar oceanos, tentar e acreditar que eu vou conseguir. Não falo apenas do amor carnal, mas uma paixão que possa envolver sonhos. Pela primeira vez tomei uma decisão, e, não desmerecendo por ser a primeira, foi um ato de coragem, um caminho que eu vou construir pedra a pedra. Minha mãe riu de tal decisão, mas depois me incentivou e levou a sério, até eu estou espantada, não dizem que quem não arrisca não petisca? Pois bem, lá vou eu arriscar mudar tudo pela primeira vez sem ao menos saber o verdadeiro motivo de tudo, só sei que mexi os primeiros pauzinhos para trocar de casa, quarto, sofá, que seja.

Não quero pensar em mais ninguém, nem em mim. Quero APENAS deitar, sonhar e ao acordar decidir segundos antes o que fazer até a roleta parar e decidir meu destino.