terça-feira, 28 de abril de 2020

Bomba Relógio

A intensidade de eventos singelos tem ganhado uma proporção enorme no meu peito, é tudo muito forte, acho que isso já ficou claro... a garganta fecha mais facilmente, o corpo se aquece e treme sem que eu perceba, tenho sido eu uma bomba relógio?
A vontade de participar de coisas que não poderei participar, em dividir alegrias que só poderei acompanhar de longe, os questionamentos sobre porque eu deixo de ter alguns contatos sendo que "na vida devemos engolir alguns sapos", são definitivamente coisas que não sei expressar. O enjoo a cada emoção que chega sem esperar é a resposta de um corpo que está alerta, eu não tenho certeza do porque. Tenho sonhos recorrentes que eu não escolhi ter. É para além do esperado por ocorrência de uma pandemia, é como se juntassem tudo numa panela de pressão que já não está bem regulada. E lá se vai, de novo, a minha concentração, meus ombros doem e esqueço de respirar normalmente. Não é só de tensão que se vive na quarentena mas elas também precisam sair.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Eis que você

São meia noite e meia e eis que você me questiona algo que eu pensei que seria uma dessas conversas interessantes que a gente sempre tem, algo profundo mas descontraído, mas eis que você, como muito de costume, me diz palavras belíssimas, inesperadas e que me emocionam a ponto de travar um sorriso no meu rosto, sorriso esse que já estava presente porque eu estava imaginando seu cheiro e como queria senti-lo novamente, agora. Sei que soa inferior a forma que me avalio ou a surpresa que sinto quando me elogia, fico mesmo meio deslocada, não sei me comportar com isso, poderia simplesmente soltar um: sim sim obrigada! Digno de uma mulher cheia de si. Acho bonito também mas ainda não sinto isso e com seu olhar constantemente doce, sutil, lindo e possível quando se direciona a mim me pega desprevenida, desde o começo. Que apaixonante é ter alguém por perto que te mostre outros ângulos de si mesma, naturalmente. Mais ainda quando é alguém que você admira de volta, que gosta de ouvir.. de observar.. e de ouvir a risada. Uma das minhas favoritas da vida! Daquelas que eu ouço e sorrio junto imaginando o quão bonito você está enquanto ri. Eu reforço muito que acho bonito, é que eu acho mesmo. Acho bonito sua delicadeza do olhar, a delicadeza com/sobre/para as pessoas e acho curioso o quanto você acha que é bobo e não sei se tem a real dimensão do quão maravilhoso é... tem sido! Sem colocar em altar, sabendo dos possíveis defeitos humanamente aceitáveis. Sua calma e organização mental me provoca, você me faz repensar algumas atitudes minhas mesmo sem intenção, desde o começo, desde antes do começo. Eis que você com um comentário (e muitos poemas na estrada), importante, relevante sem pretensão mexeu tanto comigo, de uma forma positiva, que eu consegui escrever! E olha.. eu tô tentando isso a semana todinha. E que semana... pesada, que eu questionei se minha presença na vida de muitas pessoas estava sendo agradável ou automática, verdadeira ou forçada. Armadilhas do aparelho psíquico. Numa conversa que começou aos prantos cê prendeu minha atenção e me fez rir, fez pensar como seríamos uma bela dupla na adolescência de acordo com nossas fotos.. É... Cê deve mesmo ser a reparação histórica do universo comigo.
Eis que você me lembra de ser leve!