quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Sem métrica

Hoje,
um daqueles dias que sinto-me incapaz
incapaz de ver minha própria imagem,
minha própria capacidade,
uma esperança qualquer,
um futuro para além.

A noite,
é quando piora a sensação
sensação de que aqui não é meu lugar,
não é meu papel no mundo
nem tampouco o que me satisfaz.

Nessa hora,
que já desliguei o telefone com curtas palavras,
curtas para disfarçar
disfarçar a impotência
a vontade de querer jogar
e jogar tudo pro alto.

Não entendo de métrica,
nem de dialética
Não faço filosofia
só espero todos os dias
a hora de ir para a academia.

Corpo
está exausto
não dos exercícios que tenho feito
dos pesos que tenho colocado
nos equipamentos
mas do peso que tenho dado
aos itens de minha vida.

E somente
na uma única hora que entrego a academia
sinto-me entregue,
entregue as minhas contagens,
as minhas dores e desafios físicos pessoais
de resto...
meu único desafio é encarar a vida.