quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Qual a tendência?


Estou oscilando mais que o normal.
Hoje adoro, amanhã quase desprezo
Ontem quente, hoje... Fria
Algum dia esperançosa pelas mudanças
Agora desiludida com a vida
Mais tarde apenas neutra.
Por vezes louca pra estar rodeada pelos amigos
Por outras, desesperada por um silêncio.
Uma hora desejando uma organização, mental, chakral, física
Depois sedenta por uma dose qualquer que espante meus demasiados pensamentos.
Oscilo. Não é de hoje e não tem um por quê.
Qual a tendência?

Meu Caro


Como queria tirar-te a angústia
dar-te um abraço e acabar com essa dor.
Mas meu ombro serviu apenas para doar-te forças,
Retomar teu fôlego para esbofetear tua própria face.
- Por mim, não faça isso. 
  Por você, não faça. 
  Por quem ou o que quer quê seja, não!

E lá estava teu peito inflando
Numa respiração acelerada e carregada
De alguém.
- Me bate!
- Não.
- Por favor, me bate!
- Não.
- Não?
- Não.
- Não?
- Me dê um bom motivo e talvez eu o faça.
- Por favor, te peço como amigo me dá um soco.
- Jamais, não me convenceu.
  Como amiga, prometa que vai parar com isso. (...)


Você transbordava sentimento.
Por alguns milésimos de segundo minha mente se fez em nós
Ridículos nós que se desfizeram,
Passando teu braço pelo meu ombro
Caminhando lentamente para equilibrar teus passos.
Poder acalmar tua respiração
Entregar minhas mãos para descarregar tua força
E depois ganhar um sorriso, dois, três
Bastou e me satisfez.
Agora vá e seja feliz com tua mulher.

Série: rascunhos do facebook - parte 2

 Engano

O resumo do que penso e que sá do que sou;
A maneira como ajo perante o que sinto;
A possível causa dos meus erros,
E a certeza das minhas dúvidas.
É tudo um catastrófico engano.

sexta, 24 de Agosto de 2012 às 17:32 

Série: rascunhos do facebook - parte 1

O último alfajor guardei pra você, e você não quis receber. Fui tomar tequila e vocês não estavam aqui pra me entregar um cartão de estudante como pagamento ou me aguentar embriagada falando sobre signos. Nos assuntos mais variados e afastados você é citado frequentemente, como se estivesse sempre presente. Você, vocês, você, vocês, durou, duraram. O último alfajor eu tentei entregar-te. A última dose que uma vez despertou-me para encantar-te e outra para sorrir contigo ontem proporcionou-me uma alegria solitária, de dançar, sorrir e falar, muito mais do que deveria. Excesso mesmo, como tudo desde o primeiro dia da tequila. Então passei o último alfajor. E pouco tempo depois outra caixa chegou, pouco a pouco foi perdendo volume, de seis restaram quatro, três, dois e hoje tenho novamente o último alfajor, talvez esperando alguém que venha buscá-lo, talvez esperando a hora certa de ser devorado, exageradamente devorado. Mas somente uma pessoa poderá fazê-lo. Por via das dúvidas, o último alfajor está na caixa, solitário como a alegria, esperando. Boa noite, durma bem.

Domingo, 11 de Março de 2012 às 23:50

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Algum pensamento qualquer

A gente erra sim e vê depois que errou, claro.
A gente cansa de dar conselho pra amigo, principalmente quando ele não ouve e melhor ainda quando você não tem base pra falar. São anos dando conselhos amorosos pras pessoas como se eu soubesse o que é amor, ou essa coisa que todo mundo sente atualmente e que não dura nada, ou dura mais do que deveria e fica obssessivo. Mas não posso acusar, ao menos eles sentem e sentir alguma coisa é melhor que não sentir. Por vezes perco aquele ar carinhoso de amiga e esculacho o que muitos querem dizer e não dizem, tento acordar a pessoa de algo que penso ser uma insanidade, peço pra que tenha o mínimo de lucidez ao dramatizar tanto a vida. Seria mesmo insano? "Amar" loucamente, brigar por "amor", sustentar o orgulho por "amor", que raio de amor é esse? Nesse aspecto não sou assim, não no quesito "amoroso". Eu erro em perder a delicadeza sim, mas foi por querer o bem de alguém que ao meu ver merecia ser feliz, sabe-se lá por que caminho. Desejar ver os outros felizes é um dos meus pontos fortes. E quanto a minha pessoa? Cheia de defeitos, orgulhos, crises caseiras sem explicação. Que diabos é isso? Sei que algum dia meus amigos, não exatamente no plural, perderão a delicadeza, o ar carinhoso e/ou desistirão de mim. Não poderei julgá-los. É questão de opção, falta de saber. Mas no quesito amoroso poderei ser julgada por ser a mais paciente das pessoas, sem crises de ciúmes ou escandalos desnecessários e essas coisas que todos valorizam por dizer ser desmonstração de sentimento. Sou insensível e fria diante à sociedade padrão dos relacionamentos. Poderia não errar e ser um pouco mais egoísta, só que não sei fazer isso.

sábado, 11 de agosto de 2012

Fictício...

... ou não.

A pior sensação na vida de alguém é não lembrar, literalmente, de nada que aconteceu nas horas anteriores. Apagão, breu total. Embora isso seja cobiçado por muitas pessoas, as quais desejam esquecer problemas emocionais, sociais etc e blá blá blá, depender de informação alheia não é bom. Cada pessoa enfatiza uma coisa, as visões são diferentes e até mesmo quando contam o fato tal como ocorreu.. continua sendo vergonhoso.
Outro dia 09, outras "José C." batizadas de festa, não há cuerpo que aguente. Foi assim que a perda de memória encaminhou-se para aquele lugar branco, com cheiro enjoativo e foi atacada com agulhas. Bons 30 mL s de remédio via veia, uma vergonha. Lo cuerpo agradece ao menos esse carinho, depois de tantos maus tratos. E nada, nem um milésimo de segundo de memória, só uma imaginação formando cenas do que ouve. Um estado físico e psicológico lamentável, preocupante, que expressava de alguma maneira o que estava preso, seja lá o que for. Outro dia 09 e tal boca pronuncia o mesmo nome, com a leve dor no coração, citada assim pelo amigo.
Com o braço ainda dolorido, termina aqui essa história fictícia (ou não).