quinta-feira, 2 de março de 2017

Lá em 2010

Curioso como a vida dá uns sinais e deixamos passar batido. Estou ainda num dilema sobre que carreira profissional seguir, sabendo que não sou das exatas nem das biológicas e que meu interesse nas ciências humanas é diferente do que pensava ser.
Eis que essa semana dois mil e dez me bate à porta, mostrando que meus interesses sempre foram meio que os mesmos e que eu só não resolvi encarar e trilhar o caminho, dando um nome real a ele. Relembrando esse ano de dois mil e dez, fiz o meu primeiro vestibular, antes mesmo de pensar em ENEM, fui porque uma amiga foi e decidi prestar para Artes Visuais, não passei. Veja bem, eu não pensava e nem me sentia pressionada a pensar sobre o que fazer pós Ensino Médio, antes disso meus interesses na infância eram basicamente ser veterinária e mais tarde astrônoma. Depois que precisei usar a nota do ENEM que já tinha prestado sem intenções joguei minhas notas para Comunicação Social, também não passei. E segui repetindo a avaliação, com aprovações em: Direito - Estácio; Marketing e Design - Estácio; História (3x) - UNIFAL, UFOP, UFOP; Ciências Sociais - UNIFAL e Psicologia- UFJF; que são cursos em instituições muito concorridas, ao menos as federais e nunca decidir ir, já até me matriculei sem aparecer para as aulas, sem contar que não estudei para nada disso, não sonhei com nada disso... Até que passei para Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas- UFJF e resolvi ir por medo de nunca mais ser aprovada mesmo se quisesse e tentasse de verdade.
Saí da minha cidade formada técnica em administração, larguei meu primeiro emprego como auxiliar de cartório de registro civil e fui, me encantei mais com o novo universo do que com a carreira, até que me vi frustrada, muito mais madura mas ainda assim frustrada e resolvi largar tudo e voltar pra casa e me esconder do mundo.
Ali com quatorze ou quinze anos ganhei minha primeira câmera compacta e fotografava tudo, do jeito menos óbvio que eu podia imaginar. Já clicava minhas poças, fuçava em todas as funções dela sem entender de técnicas ou assistir tutoriais. Eram fotos maravilhosas? Pra mim sim. Tinha futuro? Não faço ideia mas tinha interesse, muito interesse. Que, inclusive, ainda tenho.
Posso não ser a melhor fotografa que você respeita, mas é o que, combinado com ouvir as pessoas, faço de melhor e o melhor que posso com o que tenho em mãos, seja isso um smartphone simplinho, ou a câmera sinistra que me emprestam.
Então me pergunto, o tempo todo, por que raios demorei seis, sete fucking ANOS para enxergar isso?