segunda-feira, 15 de junho de 2015

Na rua, chuva é o caos

Segunda-feira.
Céu azul, "dever de casa" feito, casa limpa, posso ir para a faculdade, 12h.
Esperando o ônibus, 15 minutos para a aula começar, ônibus cheio, deu tempo de chegar, ok.
Aula de francês, 13h. Textos lidos e entendidos, ok, intervalo, tempo para mensagens de whatsapp, lanche com a turma toda, ótimo, mais matéria, acho que vou ao treino hoje, fim de aula, 17h.
Atravesso a universidade, subo uns 90 degraus, o tempo está frio, fechando, preciso ser rápida pra pegar os xerox e descer. Era uma vez meu dinheiro, muitos textos na pasta pra ler para amanhã, acho que consigo, posso começar a ler no ponto de ônibus.
Cômico, não treino a tanto tempo que só de pensar em ir hoje o tempo fechou, vai chover, vou logo pegar esse ônibus,17:20h.
Ponto de ônibus, vou ler, esse texto parece interessante, quando o ônibus chegar eu escuto. Parece que está chuviscando, melhor ficar na parte coberta. Nada de ônibus, me perdi vou ter que ler novamente. A chuva tá levinha, se o ônibus chegar ainda consigo ir pra casa sem... oh o ônibus.
Mil pessoas alvoroçadas na minha frente, não vai dar tempo de guardar o texto, pega o dinheiro e tenta entrar. A chuva tá ficando forte, entrem logo nesse ônibus. Parece que estou debaixo do chuveiro ligado, o texto vai molhar muito, melhor tentar guardar. Qual a dificuldade de passar numa catraca e ir pro fundo do ônibus? Andem logo.
Entrei, cabelos pingando como se tivesse saído da piscina, mas tudo bem, chuva as vezes alivia a alma. Alguém quer atravessar o ônibus lotado, de onde tiram essas ideias, não dá pra passar. O motorista foi gentil, fez as curvas um pouco mais sútil que normalmente. Meu ponto, vou descer pela porta da frente mesmo.
Ainda chove, as pessoas mudam com a chuva, é só a chuva, andem normais, porquê esse desespero todo, aceita que vai molhar ou arrume um guarda chuva e pra que buzinar tanto? A propósito se arrumar guarda chuva saiba usá-lo, ele te protege da chuva, sabia? Não precisa usar onde tem marquise, é pode abaixar, ah, pode usá-lo acima dos olhos, por acaso você precisa enxergar onde está indo e por um outro acaso dar licença aos que precisam passar por você enquanto você fecha a calçada com o guarda chuva tamanho família na altura do queixo, na marquise e devagar, não adianta ficar irritado porque pedi licença só quero chegar na minha casa como você. O semáforo está funcionando no mesmo tempo padrão de antes, buzinar não faz com que ele fique verde e os carros sumam da sua frente. Estou ficando chata, chuva só é bom se você está num lugar fechado tipo sua casa, um sitio e claro não precise sair tão cedo. Na rua, chuva é o caos.
Ah, casa, finalmente. Espero que esteja tudo bem. 17:45h.
Estou molhada mas tudo bem, chuva lava a alma, quanto tempo não me molhava com chuva, é, não foi tão ruim, posso me acalmar.
Não, espera, o que houve nessa casa? Saí e estava tudo arrumado. Quanta louça, coisa no chão, poxa vida, não é difícil manter arrumado. Quero morar sozinha, eu e eu. Vou acabar uma velha tiazona morando sozinha numa casa linda e do meu jeito, numa cidade bonita e menos caótica, sozinha..
Preciso ler, vou ler, ah ótimo, o texto rasgou e está molhado. Preciso treinar, mas só tem treino as 20h.. Estou estressada, era pra ser só mais uma segunda feira de céu azul com aula linda de francês, agora estou na casa que moro com uma bagunça que não é minha, de cabelos úmidos pós chuva, escrevendo sem parar para me acalmar, sinto a tensão nos ombros, doem. Murphy desse ser meu sobrenome oculto.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

QUE...

Essa noite eu bebi. Não tanto mas bebi. Bebi porque queria esquentar meu corpo dessa neblina congelante que toma minha cidade. Bebi porque queria isolar minha mente de todo o resto. Não funcionou. Nem embriaguez, nem calor, nem fuga. Por sorte achei uma carona que me trouxe ao calor de minha cama em cinco minutos ao invés de uma longa caminhada de no mínimo 40 minutos congelantes (para reforçar o nível do frio). Percebo o vazio em tudo, não só nas ruas. Queria as velhas noites de volta, o frio e a vida atuando na madrugada pós/durante boemia. Agora preciso achar sentido para .. tudo. Que merda...