sábado, 27 de dezembro de 2014

Quero abraços

Uma casa tem toda liberdade para ser bagunçada mas não tem liberdade para bagunçar casas alheias. Um canto que não é seu tem de ser tratado com todo respeito e clareza parar não se tornar turvo pela poeira vizinha justamente quando está praticamente organizada.
Vivo querendo juntar as bagunças da sociedade inteira só que não penso no quão sujo essa junção pode ficar. Pessoalmente fico mais carregada, chata, implicante, impaciente do que feliz e recepetiva, não tenho sido um bom lar respeitoso, tão pouco clara.
Esse ano já me despedi de algumas nuvenzinhas negras que rondavam minha casa ainda tenho muitas outras pelo entorno e que só me afetam quando percebo que afetei a casa do vizinho. Não é falta de olhar pelo próximo, é falta de saber olhar  com mais cuidado ainda ou melhor, falta de olhar mais fundo aqui dentro de casa.
Toda essa água saindo, querendo limpar a poeira não veio do nada, mas já se foi. Fiz coisas acreditando ser uma ajuda, mas talvez a forma com que fiz não ajudou só atrapalhou, já me desculpei só que desculpas não limpam casas.
Meu dom de sentir culpa pela poeira alheia aparece novamente, justamente pela contribuição da que vos fala. É dificil ser adulto e não poder errar ou não saber de tudo para corrigir os erros.
Quero ser criança, brincar, sem peso, sem porquês. Quero abraçar casas alheias e saber que não posso fazer nada alem de respeitar suas individualidades, sei lá! Quero abraços.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Uma mente me transform-ação

Há alguns dias um certo incômodo tem tomado boa parte de meus devaneios. São questões que tenho de uns 5 anos para cá, no mínimo mas que nunca tentei procurar soluções. Ultimamente presencio discussões intensas, repletas de argumentos teóricos e práticos e pessoas ou muito mais novas que eu ou mais velhas que começaram cedo a pensar e viver sobre.
Poderia saciar essa minha vontade de saber de mil maneiras, mas escutar tais debates tem sido uma das mais interessantes. Pode soar como quem quer ouvir conversa alheia, mas não estou exatamente focada nos detalhes da conversa, sim num geral, no que posso arrancar de útil ali para o meu desenvolvimento.
Debates tidos como chatos pela maioria geralmente chamam minha atenção, são meus "novinhos" fazendo muito mais do que fiz em toda a vida e se eu bem encarar posso tomar como estímulo e mola.
Então lá estava eu, na mesa do bar, sem nenhum copo na mão ( o que é tido como raro), sem focar nos míseros detalhes discutidos por duas pessoas relativamente experientes, não pela idade, por vivências no meio social, refletindo a cada frase que conseguiu minha atenção.
Minha mente está um nó, não sei por onde começar nem mesmo qual meu foco principal, quero aprender tudo agora, tudo junto, saber de tudo; o pouco que sei não me basta mais. Sigo nos filmes, depoimentos e entrevistas enquanto continuo acompanhando as discussões e usando para analise do próximo item da minha longa jornada do conhecimento.


29-11-14
Chuvinha de dezembro caindo
As férias e minha casa
Minha família e meus amigos
tão perto quanto desejei
todos os dias desse semestre.
Uma semana para meus vinte e dois
essa data que traz sempre a nostalgia
e reflexão de tudo que passou
junto da contínua falta de planejamento do depois.
Dois mil e quatorze
se ano de mudança não fosse
o que então seria?


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Dia cinza e sorriso

Com o título se faz minha segunda.
Sigo na mesma de, depois das conversas de boteco, acordar no dia seguinte e ir fuçar fotos provocando a danada da nostalgia. Aí eu paro, penso, morro de saudades. Paro e penso mais um pouco em quanto tempo já faz e já nem morro tanto. Ouço umas músicas, vejo mais fotos, tento entender esse mundo tão minúsculo. Já vivo de novo, me pego cantando, sorrindo... Aquela nostalgia, que sempre tola acho que é minha, deu um oi e se foi. Abro o blog sempre na intenção de descarregar o mundo, mas hoje não consegui. Comecei escrevendo a primeira e a ultima frase do texto, mas sabe que tive que apagar a ultima? Estou tão tranquila que só vou juntar na mochila e ir pro meu cantinho lá em cima.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

No quarto escuro observo

Quando observo o quarto no escuro
o lençol já não é mais tão gelado,
a vista não intimida,
o som é perto do tolerável,
o cheiro é de "minhas coisas"
aqui dentro.
Meu espaço nesses últimos tempos
que em breve deixará de ser
na verdade nunca foi como meu canto.
Aqui dentro eu durmo em paz
nas temporadas que preciso estar.
Uma porta que divide não só um
espaço físico
mas um espaço de energias.
O som, o cheiro, toda característica para além
da porta
não pertence ao meu mundo
nunca será.
Em dias como hoje
por exemplo
o cansaço e o não descanso em momento algum
ajudou a esquecer ou a não pensar
que ainda preciso mudar
de casa
mais que isso
de atitude.
No quarto escuro observo a mim.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Só quero um lar

Ando pelo corredor desse lugar, do quarto até a cozinha mil vezes. Olho para o chão, pela janela, no espelho, analiso minhas coisas e o que vejo não é um lar. A sensação, de acordo com o mais próximo que posso descrever, é a seguinte: imagine um quarto de hotel, onde você passa pouco tempo e fica ali apenas para dormir, tomar banho, algumas vezes para comer e menos ainda descansar depois de seu trabalho e então sua viagem acaba e você pode voltar para seu lar, doce lar. É nada mais que isso. Quando fico aqui sinto que estou em uma viagem que pode durar de uma semana a um mês e que logo volto para casa. Não conheço as pessoas, elas não me conhecem. Combino o mundo com meus amigos onde moro, sim moro lá, vivo aqui.. Essa é a primeira questão da minha atual desordem.
Vou para meu "trabalho", a faculdade. Já conheço tantos rostos por lá, até esqueço que estou naquela viagem desgastante citada acima. Lá não me sinto em um hotel, tenho um lugar que me deixa quase que totalmente confortável onde não preciso fazer nada, nem mesmo falar. Posso apenas aceitar ser abraçada pelo sofá ao lado da rede e como é aconchegante! Vou para a sala encontrar professores e assuntos interessantes, só que não foco tanto quanto antes, estou me perdendo nas horas em que as disciplinas acontecem. Minha mente vaaaaga por todos os cantos, faço desenhos pelos cadernos em meio as anotações que consegui fazer nos mínimos momentos de foco. As vezes não sei o que faço ali, mas sei que é ali que devia estar, ao menos por agora. E minha segunda questão é esta: o conforto do "trabalho" andando junto a desatenção.
Nas horas livres, fora do hotel e do trabalho, encontro colegas. Muitas vezes vagamos por botequins, ou inventamos algo para fazer e conversar até o dia raiar. Atividades que me ocupam o tempo e me livram do saudosismo. Não sei se chega a ser uma forma de alienação do incômodo que tenho passado, mas aliviam minhas tensões.
Gostaria infinitamente de poder levar a universidade para a minha cidade, com as pessoas que lá estão( na universidade). Eu poderia dormir na minha cama, no meu quarto, acordar na minha casa, ver minhas montanhas, estar com minha família e sair com meus amigos que tanto prezo sem perder meus novos colegas, o ambiente que aconchega e que sá ter um foco melhor em sala.
Tenho passado por conflitos intrapessoais, os quais não sei o que, como, nem porquê existem; tão pouco sei porque andam intensos a ponto de transbordar em qualquer lugar, a qualquer hora e portanto não posso resolve-los.
Não tenho um status emocional estável. Se antes eu pensava muito, hoje penso muito mais mesmo que não queira. Sinto profundamente que, num momento não programado, explodirei, mas ainda assim não sinto um poço de negatividade, só um poço: confuso, sem fim, escuro e com uma provável salvação.
Estou prestes a passar por uma nova mudança que antes irá gerar conflitos, talvez confrontos mas que, pelo que sou capaz de enxergar agora, é minha única saída para não abandonar tudo.
Não quero ser interpretada de maneira errada. A vida não está ruim, as pessoas aqui não me fizeram nada de mal. Eu que acumulei um excesso de preocupação, de solidão, de silêncio. Entrei, me fechei e me perdi aqui dentro. Não é saudosismo, entendo que preciso enfrentar as mudanças da vida para uma possível evolução, etc. Só não me sinto bem nesse hotel. Eu, que tenho tanta dificuldade em confiar, só queria um alguém que fosse para poder falar as vezes, confiar, abraçar sem medo de ser "apunhalada pelas costas". Não vivo pensando nisso, em que vou ser "apunhalada pelas costas" a todo momento, nunca espero nada em troca, de coração. Não é isso. É que em todos os lugares as pessoas se mostram assim, querendo algo em troca de tudo que fazem mesmo com aquele discurso "eu juro que faço sem esperar nada" mas que é mentira. E elas te olham como se você fosse a próxima a tentar destruí-las. Só quero um lugar onde essa poluição toda não me atinja tanto como agora.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Poderia não escrever nada disso afinal

Eu to cansada, deveras cansada. Comecei meu dia em alto astral numa aula espetacular que me lavou a alma. Mesmo com esse calor dos infernos mantive minha energia no alto, voltei pra outra aula e dei todo o meu suor, me entreguei. Juntando todas as minhas forças fui a faculdade, ainda num astral maneiro. E agora um sentimento que não sei de onde diabos brotou,sinto como se fosse uma derrotada. Sei que não deveria, olha só como foi meu dia! Como foi maravilhoso e como visualizei só o que era bom. Depois que fui indaga e não tinha uma resposta as energias saíram do equilíbrio, fiquei estranha. Foi só o começo. Recebi um comentário sarcástico de um colega, mil duvidas vieram a tona e com a cabeça trabalhando a mil ainda pude ter um papo legal no santo ônibus de todo dia. Recusei ir ao bar para vir para casa e quando chego fico trancada pra fora.. Veja como as energias influenciam a vida. Tudo revirou porque dei brecha, em algum momento, para que algo me atingisse. Não sei o nome desse algo, nem em que momento isso ocorreu, não sei como me proteger ou como me preparar para que isso não volte a acontecer. Poderia não escrever nada disso afinal, ainda transbordo duvidas acerca de minha existência. Acontece que sem escrever eu surto, escrevendo liberto mas trago a tona uma dose de culpa, de só conseguir escrever quando algo não está legal. Parece algo tão injusto e tão salvador simultaneamente. Quero meus amigos, no mínimo meu quarto.. quero sentir que estou em casa. É nessa hora que a vontade de fugir daqui bate. Só que é preciso resistir, amanhã é um novo dia e essa pseudo derrota fica no passado. Pseudo porque não existiu exatamente, pode ter existido por eu ter sido derrotada pelas energias mas elas não tem culpa. Enfim, amanhã é um novo dia, vamos lá!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

O que entope as gargantas do mundo

Dois coisas:
Temos dúvidas, sempre.
Temos receio em respondê-las;
Isso serve para um leque de assuntos em minha vida e na de qualquer outra pessoa.
Fugimos de algumas respostas quando na verdade já as conhecemos mas não queremos tomá-las como verdades;
Fugimos porque achamos que já sabemos a resposta e porque talvez no fundo sabemos que há a possibilidade dela virar a nosso favor - o que seria magnífico- mas como estamos acostumados e porque não condicionados a esperar que tudo seja inverso não saberíamos como lidar com essa resposta positiva - e poderíamos também, por esta razão, "estragar tudo";
Fugimos para não encontrar o fim e consequentemente um novo começo com ou sem a fonte inspiradora da dúvida;
Fugimos apenas por vergonha ou seria timidez, falta de costume de perguntar, de falar e se abrir.
Fugimos para evitar constrangimento, pois muitas de nossas dúvidas parecem não ter nexo ou demonstrar apenas sinais de ciúmes e insegurança;
Fugimos para evitar a frustração; seja com a resposta, seja com o outro devido a resposta ou mesmo a não exposição dela;
Fugimos porque não somos constantemente ouvidos com atenção o que poderia gerar má interpretação...
Essa fuga constante entope as gargantas do mundo e o impede de rodar levemente.
Pessoalmente tenho trabalhado esse lado fugitivo, mas há muito impregnado no meu ego. Já fugi tanto, hoje fujo um pouco menos e amanhã pretendo não mais fugir.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Nessa noite saí da minha zona de conforto, foram muitas questões que me fizeram constatar o que já estava se mostrando: só tenho a certeza de que existo. Nada mais me é certo. Tenho opiniões, uma dose de achismo e uma dúvida muito além sobre todo o resto. Talvez eu esteja metamorfosiando.


Escrito dia 05/09/14

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A sorte tem andado comigo

Sentada na biblioteca do ICH (Instituto de Ciências Humanas), estudando após uma aula de latim - e aguardando a próxima, bem em frente ao maior espetáculo do universo, que é o por do sol. Antes, pela manhã, um minicurso com um professor francês que teve acesso aos arquivos de Stalin e tem tanto a passar. E pra ter acesso a tudo isso eu só preciso estudar! Consigo ver os últimos raios do sol, mas lembro bem do que dizia no livro de Saint-Exupery - O Pequeno Príncipe: "Quando a gente está triste demais, gosta do pôr de sol." O céu parece uma pintura. Em casa em sempre gostei de gastar bons minutos esperando o por do sol e agora não sei quando volto pra lá. Dá sim, um cado (como diria uma amigo meu) de angústia. Outrora eu tinha data marcada pra ir, hoje não mais. Desde que cheguei tenho tratado essa mudança como uma viagem, dessa vez ela durará um pouco mais, mas voltarei. E assim tem sido menos difícil já que quando se viaja é necessário aproveitar, porque o tempo corre além de sobrar menos tempo pra cabeça vazia. Tirando os momentos de despedidas e de raros incômodos tenho suportado bem, ainda não precisei usar como arma minha máquina de escrever, nem ligar de madrugada pra alguém. Estudar é a única maneira de agradecer verdadeiramente os que proporcionam esta nova fase. Sinto saudades, mas a sorte tem andado comigo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Mas vivendo

Vivendo de lembranças estou;
quando fecho os olhos
posso ouvir uma respiração
bem, bem próxima, junto a mim.
Vivendo de lembranças estou;
sinto como se estivesse noutro lugar,
conversando debaixo das cobertas,
numa noite fria e descompromissada.
Vivendo de lembranças estou;
como se ao abrir os olhos
eu fosse encontrar olhos de outrem,
fechados em seus sonhos
mas ali, bem ali na minha frente
e que de repente se abrirão
no verde azulado preguiçoso da manhã.
Vivendo de lembranças estou;
e tenho muito mais guardado
do que essas palavras podem expressar.
Vivendo de lembranças estou;
sorrindo por todas elas.
Vivendo de lembranças estou;
já não quero pensar em mais ninguém.

domingo, 24 de agosto de 2014

Young

Só quero que esteja bem
e que eu ainda possa sorrir 
muitas vezes 
ao olhar essas fotografias.
Só quero que se sinta bem
e use a vida da melhor maneira 
que você mesmo encontrar.
Só quero poder ter muito tempo
para conversar
para viver
para olhar
para sentir
para entender
para conviver!
E se não for possível..
Que qualquer momento
seja como os últimos
muito bem aproveitados e vividos.
Só quero que saiba disso.. jovem.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Sinto-me estranha por passar outra vez pela quase mesma situação. Aguardo a prorrogação.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Estou indo lá

Eu chorei, chorei muito.
Saí e tomei um porre.
E quer saber? Não chorei mais.
Andei no brinquedo que mais tenho medo,
pela segurança, não pelo brinquedo.
Tomei o que eu mais odeio..
E fiz o que? Dancei, dancei muito e gargalhei,
Continuei sem chorar.
Viajei no outro dia pagando meus pecados de tanta veisalgia,
também conhecida como ressaca,
minha mãe não estava aplaudindo minha atitude
que por pior que tenha sido
foi como um ritual de passagem.
Parece que a nuvenzinha carregada se desfez depois disso,
meu pai está aceitando a mudança da única filha.
E se pra qualquer um isso é apenas um detalhe,
pra ele não é..
Agora preciso apenas ensinar meus pais como usar o Skype
porque eu vou atormentá-los sempre
para amenizar a saudade.
Eu finalmente estou indo e cumprindo minhas palavras.
Estou indo lá, usar tudo que aprendi e aprender mais e mais!

domingo, 10 de agosto de 2014

Explain me the reason why i so much in pain

Você tem que ser forte. Você. Tem. Que. Ser. Forte. É a sua vez. é a sua chance.

E quem vai cuidar das pessoas que eu amo? Alguém me garante que vai cuidar delas, todos os dias? Ao menos vigia-las? Eu tenho culpa em sentir esse aperto? Em ser assim e querer cuidar dos meus amores? Em ter medo de ficar sozinha lá? Já decorei as frases que todos dizem; eu sei que isso passa, que mudar é difícil, que fará bem e que é drama excessivo e desnecessário. EU. SEI. Mas isso que meu coração tá gritando, urrando neste momento. Eu pequei em criar uma personalidade assim, de querer ajudar o mundo, do meu jeito, porque é isso que me ajuda, é isso que me cura. E agora eu tenho que partir, quem vai cuidar deles, me diga??!!! Vocês com suas vidas ocupadas, que acham eles chatos, exagerados, loucos e sabe-se lá mais o que. Quando eu voltar eles ainda estarão aqui? Quero certezas! Como uma criancinha, sim, quero que alguém me prometa que vai estar tudo bem. Queria tanto poder ir embora sem chorar, sem um peso, alguém me ensina a me livrar disso, por favor... Não sou a melhor das pessoas, não falo muito, não demonstro muito, mas eu sinto muito. E espero essa semana ir pra rodoviária sem toneladas nas costas e deixando, no minimo, duas pessoas com sorriso no rosto. E as outras, que posso contar nos dedos, com vontade de querer me ver novamente. Não me importo se isso é insegurança, carência, medo, ansiedade... Eu só.. amo vocês.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Hasta la vista, sítio

Eu..
Eu só queria registrar o quanto gosto das coisas naturais assim, como sentar em uma varanda com uma linda vista e falar dos pássaros.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Desembestagem de dizeres

A vida é feita de choques
eu vivo me dando choques
que me trazem de volta a realidade
a qual criei
não posso me permitir ser tão feliz
assim despreocupadamente
preciso ver fotos antigas de outrem
dizeres antigos de outrem para outros mais
para manter meus pés no chão
e não fosse isso
eu estaria voando
além das galáxias dessa nossa via láctea
por que estar extasiado de um sentimento é uma coisa
assumir estar extasiado é outra
estar tomado por esse sentimento algo ainda mais surreal
dar nome a um sentimento louco desses é loucura
e simplesmente viver, ah! viver esse sentimento é
não sei
só tive pequenas amostras
intensas
e enquanto escrevia tudo isso insanamente
sem parar
travei o músculo da garganta
se é que isso existe
e agora está doendo
porque travei a fala
travei a postura
travei o pensamento
travei para não pagar de louca
ligando ou sms'zando essas horas da madrugada
ou escrevendo qualquer coisa meiga
e romantiquinha
para o vento do Vale trazer de volta
dizendo que não foi entregue
porque o destinatário não se encontra.
A gargante realmente dói,
não quero dizer seu nome
suas características
e gostaria de esquecer tudo isso
por um instante
como toda e qualquer outra coisa
nessa madrugada
até mesmo que perderei a hora amanhã
por muito sono
ou por ter esquecido de colocar o celular para recarregar
queria parar de escrever
mas tá saindo, o que posso eu fazer?
Jamais,
e esse jamais é até o dia que -
declararei algo a você
criatura de nome impronunciável
e nem falarei diretamente sobre qualquer coisa
a nosso respeito
simplesmente pelo fato de ser uma imbecil que fala muito mas não fala porcaria nenhuma,
que comete erros banais de português
e acredita sofrer de uma leve dislexia
e não consegue aprender nada completo sobre nada
para ter ao menos uma longa conversa intelectual e formal
na verdade nada disso é verdade
é preguiça
e porque prefiro mil vezes vê-lo falar do que falar,
mas isso também não saberás.
Sinto em pensar que levarei essa bobajada toda na mala
pelo simples ato de não atuar,
e deixar de falar até mesmo essas bobeiras
porque pode ser que você goste de escutar
qualquer assim
sobre mim.
Acho que é só isso
att,
eu mesma, ou não.
(Mas é óbvio que só pode ser eu.)

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Como?

Estou deveras confusa com esse mundo que me cerca e com este outro que aqui dentro existe. Fico vagando por minhas lembranças, aquelas que só eu tenho, que só eu vi como tais.. Há tanto esforço em disfarçar situações, ou nenhum, que temo ser tudo um conjunto de meras ilusões. É mais fácil acreditar que não há nada a ser dito, nada além para ser descoberto, tão pouco para ser vivido, ou para ser sentido; que tudo acontece e aconteceu por acontecer. Ainda assim, não posso negar ou apagar as palavras que me foram ditas - ou jogadas ao vento como queiram -, as demonstrações, os olhares.. Como interpretar não poeticamente tudo que é recebido? Como saber sem perguntar a ninguém? Como parar de escrever textos viciados? Como limpar a mente de resquícios do passado ou do que se espera que a vida seja?

domingo, 20 de julho de 2014

Alguém e seus dizeres

É genético isso de ficar na cabeça dos outros? A cena de hoje, independente das informações que a subsequenciaram, ficará para sempre na minha memória. Será sim pra sempre mágica, porque 10 minutos de conversa informal me deram forças para continuar meu dia, que não estava sendo nada fácil. E o carinho que pude sentir eu vou levar na mala, pois veio de alguém o qual eu não esperava, em pouco tempo, receber tal olhar. A parte dos olhos lacrimejados foi como uma suplica, os elogios foram sinceros, sim. Queria poder voltar lá e abraçar esse alguém, mais trezentas vezes, porque eu entendo, eu sei que não é fácil lidar diariamente com a incerteza, se um ser que você ama levantará querendo viver ou querendo acabar com a vida. Não sei se um dia serei o que esse alguém deseja, porque não sei se o ser deste alguém deseja o mesmo, de coração, porque de palavras eu não vivo, não. Se um dia acontecer, será um prazer, se for verdadeiro; senão, se eu for um meio de ajudar o ser deste alguém, assim eu o farei, porque quem me dera, meu Deus, encontrar um alguém para salvar o meu ser quando eu mesma já não sei o que fazer.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Canhão

Sofro por não ter minha irmã por perto todo tempo;
Sofro por sentir meus pais longe mesmo que perto;
Sofro de saudade antecipada;
Sofro pelo autoengano sobre tudo.
Sinto porque quero levar tudo comigo;
Meus pais e meus amigos,
Minha bicicleta e minha casa,
Minhas montanhas e minhas ruas prediletas,
meu ilusório e platônico gostar também.
Choro e paro de sofrer
apenas porque tomo consciência do sofrimento
e então me engano outra vez.
Esse sofrimento todo é só medo,
medo de que tudo seja mentira
e desabe sobre minha cabeça
como quem diz: Tola, achou mesmo que pudesse ser verdade?
Ao mesmo tempo que sofro pelo autoengano
tenho uma overdose de auto super proteção 
crio esse combo e o utilizo como escudo 
toda vez que sinto as coisas boas
como se atrás de toda paz houvesse um canhão..

sábado, 12 de julho de 2014

Na minha janela ele nunca mais passou

Ouço o freio de mão do carro sendo puxado, a porta bate, o portão faz o barulho de um trovão, os passos seguem o contorno da casa e sobem as escadas. Direito, forte, rápido. A porta do escritório é aberta, a cadeira maneira range, o computador foi ligado. E ponto. Cada um no seu mundo, ridículo mundo.
Não sei o que fazer, por isso permaneço sentada aqui. Pauso a música pra ouvir o som de suas ações ou até mesmo de sua conversa, mas não é nada sobre mim. Algumas semanas assim se passam, torturando tudo que sinto. Acabo de dizer um simples "oi" quase clamando por um "CONTINUE A CONVERSA!!", mas ele simplesmente passa. Senti como se fosse uma conhecida importunando em momento inoportuno. Silêncio. Sento na cama, o ar me falta, precisava coversar. Abri varias janelas do Facebook mas não é isso que eu quero. Meu celular não funciona. Penso em escrever. Abro o Twitter pra dizer qualquer coisa apavorada, penso que isso é mais inútil que chamar as pessoas no chat. Lágrimas escorrem, sem parar, sem me deixar respirar. Ouço seus passos subindo, parando aqui perto. Engulo o choro, ele pode aparecer aqui dessa vez! Ele diz qualquer coisa sobre carros e sobe, novamente, direito, forte e reto. Lágrimas transbordam desde a primeira palavra escrita neste texto. Ao fundo The Doors canta "This is the end, my only friend, the end..". Ele acaba de vir na janela! Apenas olhou minha cara e soltou as contas na minha cama, sem pronunciar uma palavra. Choro descontroladamente, não sei o que fazer. E Jim Morrisson grita "THIS IS THE EEEEND!!!!"

terça-feira, 8 de julho de 2014

Ah! outra vez aquela loucura
aquele distúrbio que sei não ter fundamento
dias de abstinência que me deixam patética
que logo passam
mas que
enquanto existe
consome muito de mim.
Algo interno, tão interno
e intenso
que me faz pensar ser capaz de tudo,
ser um ser invencível, insubstituível,
e ... amante!
Até que passa,
mas ainda não passou.

Me diz quanto

"-Você tem uma marca. Uma marca que parece um beijo.
Eu olhando pra marca, retruquei:  -Em forma de beijo?! "

Só se você me beijou pra deixar essa marca.. haha
Quanto tempo?
-Quanto tempo o quê?
Quanto tempo demora pra gente aprender a deixar marcas nas pessoas?

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Menino

Menino,
Acho que colocar você no papel
foi a maior das minhas loucuras
indicada pela imediata dor de cabeça.
Era um sinal, o qual ignorei,
insisti e rabisquei,
e ainda lá você está,
o esboço do seu rosto,
o cabelo atrapalhado,
o olho marcante através da falta de uma lente.
Bem datado de uns anos passados,
continuo procurando defeitos,
os mais graves
motivos pra não aprofundar mais;
até hoje não funcionou muito..
Porque a gente vai levando, menino
não com a barriga, mas através do tempo;
A gente vai levando sem combinado,
estamos vivendo, sem compromisso.
Esse é um modo de vida que quero que seja longo,
lindo menino,
da fala ansiosa e alta,
que  mal deve conseguir ler meus olhos;
dos olhos que me abraçam quando acorda,
dos braços e abraços certos de si.


domingo, 6 de julho de 2014

So lonely

Ok. Agora sinto que estou fazendo merda. Que posso ter tudo ou perder tudo com apenas uma atitude. Eu não quero dormir sozinha está noite.
Feliz e tranquila. Sem necessidade de mais palavras por hoje.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Carta ao herói mais maneiro!

E então você fere seu herói de infância, um dos caras da sua idade que você mais respeita e deseja nunca magoar. Pode dizer que não foi ferido, por orgulho, também sou orgulhosa, também fui ferida há um tempo e também neguei, me afastei, por ser um sentimento incontrolável, o qual você não quer sentir mas ali ele está, presente. Talvez eu tenha falado demais, talvez eu tenha percebido de menos, mas sei que causei um incômodo e isso agora está incomodando a mim. Juro que jamais passou pela minha cabeça estar entre dois amigos, tão pouco que um terceiro estaria dando pitacos e que todos estes fizessem parte da minha história em algum momento. Acho nobre suas atitudes, caro Homem Aranha, eu agiria assim. Mas peço que, por favor, não cometa o que cometi, tem todo o direito de sentir o que for, mas não se afaste! É, mais uma vez, egoísmo da minha parte pedir algo assim, desculpa, mas pedi, e peço novamente, não fique longe. Não posso corresponder às suas expectativas no momento, estou envolvida numa história que não sei pé nem cabeça.. Mas sei muito bem sobre nossa amizade, que não abalou mesmo depois de 15 anos sem nenhum contato. Nós mudamos desde que éramos anões? Claro. Sei que não me mostro o suficiente, mas é falha minha e isso não deveria interferir na vida de nenhuma outra pessoa. Mas aqui dentro e acredito que aí também existem coisas, sentimentos, características e valores daquelas crianças do final do século passado. Não tenho certeza quanto a quase nada nessa minha vida, mas uma das poucas que tenho é que sua amizade, sua presença, fazem diferença, acrescentam e por mais que eu não saiba ser tão clara assim nas palavras ditas, eu admiro você, então peço que me desculpe pelo transtorno. Talvez eu tenha evidenciado mais do que realmente esteja sendo essa situação, mas independente de intensidade, ela existe. Mágoa ou incômodo nos fazem perder muito tempo. Hoje estou voltando praquele lugar que nos dá paz, que nos faz esquecer de tudo e nos recarrega pra vida real e eu realmente gostaria de encontrá-lo lá e leve e claro e sincero e engraçado e herói e tudo que você é! Esta é uma carta ao meu herói mais maneiro! (com aquela voz de Bob - é Bob mesmo né? )

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Meus raros

E tem algumas - poucas- pessoas que eu queria ter como colocar numa caixinha e carregar por onde eu for; mas é egoísmo. E daí? Queria ser egoísta as vezes, com os outros, porque comigo eu sou e o suficiente. Queria carregá-las por aí.. não precisa nem ser na mesma casa, só pertinho. E elas cabem em, talvez, duas mãos não completas. Queria poder abraçá-las não exatamente muitas vezes, mas por um longo tempo, abraços de verdade, e olhar antes durante e/ou depois nos olhos e sorrir, porque eu gosto de olhos e gosto ainda mais de olhar nos olhos das pessoas que eu gosto. E sei que sentirei falta, mesmo reencontrando, só que essas eu queria não ter que esperar para reencontrar, entende.. Queria também que elas soubessem disso, que são meus raros e não um quase qualquer.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Não sei exatamente porque estou escrevendo, mas se não tenho com quem falar de camisas, logo, preciso escrever. Hoje surgiram tantas dúvidas e paranoias absurdas que nem faço ideia se tem fundamento.. mas deixaram um pesinho na consciência. Coisas que só penso na hora de um desespero e não na hora que deveriam ser pensadas, não ando usando muito do juízo esse ano.. que coisa desagradável de assumir. E isso não tem tanto a ver com a questão de tudo (t-u-d-o) estar acontecendo desde as últimas duas semanas pra cá. Dias decisivos, agressivos, intuitivos.. que usei de toda a força, bruta ou não, pra resolver minhas indagações e tropecei na hora H. A poeira está abaixando, já posso ver uma ponta de vida nova, já posso ver a balança variando. Preciso aprender a falar, dar a cara pro que vier assim como da última vez, de preferência sem ferir. Que essas borboletas no estômago sejam somente borboletas; que eu ainda possa conversar muito sobre camisas (não literalmente); que - pra sempre- eu tenha alguém pra gastar horas tomando cappuccino trocando ideias; que ... que nada, que sempre o melhor aconteça!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Logo ali no futuro

Estou mais uma vez dentro de um ônibus rumo a um futuro diferente e promissor. Recebi muitos votos de boa sorte, de encorajamento e agora está tudo em minhas mãos. Minha cabeça está tranquila, meu coração meio confuso e em 24 horas a decisão será tomada. Enquanto isso sigo observando as montanhas no caminho. Que o melhor aconteça, amém.

10-06-14 Em um Santa Cruz qualquer...

domingo, 8 de junho de 2014

O melhor final de semana do ano!

Título clichê, mas não ligo. Queria tanto que esse fim de semana durasse pra sempre, assim como os abraços e o calor secreto. Mesmo com uma pizza queimada, um balanço torto.. Cada passo da caminhada na mata, do fogão a lenha, das risadas, do conforto, da paz e do poder de ter conseguido me desligar de absolutamente tudo, se pudesse não voltaria para a cidade. Tudo valeu a pena e contarei os dias pra semana que vem, mesmo sabendo que esse não irá se repetir. Obrigada pelo melhor final de semana, com 99,9% das coisas certas!

sexta-feira, 6 de junho de 2014

3 dias pra rever a vida

Estou escrevendo no trabalho e isso não é correto. Mas se qualquer um soubesse como aqui dentro está agitado, apertado me entenderia...
Já tremi, já segurei o choro, já sorri e agradeci aos poucos que sabem da notícia. Como é difícil essa decisão.
Não sei qual será o final, se realmente terei coragem de usar a coragem que tenho acumulado nesses anos. Se usarei, também, o medo que estou sentindo e sempre senti a meu favor dessa vez. Estou sendo reconhecida pelo meu trabalho bem feito, pelo que sou, pelas minhas atitudes. Tenho amado estar aqui cada dia que passa, e tive muita sorte em encontrar esses colegas de trabalho que sempre tiveram paciência em me ensinar, são pessoas de verdade as quais levarei pra vida toda e tenho muito a agradecer. Estou conquistando minhas coisinhas. Acabo de concluir um curso com orgulho do TCC que ralei pra fazer em pouco tempo.
Mas como eles me disseram meu tempo é agora. Hoje estou aqui, mas amanhã posso não estar, dependo das ocorrências da vida. Acredito que um dia isso vai acabar, essa de passar sempre nas faculdades escolhidas, uma hora acaba, uma hora a nota pode ser baixa. Tenho que pensar tanto agora a respeito pra não magoar os que me ajudaram e não ser ingrata e não agir em vão e me arrepender. Sinto fumacinha saindo daminha cabeça, acho que a ideia do sitio soa muito agradável.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Ah, junho

Não sei se esse mês é propício para sentir saudades mas é certo que ela ainda mora em mim. Ainda tenho aquela vontade de pagar pra ver depois de tanto tempo, não literalmente pagar porque convenhamos viajar está caro. Quero estar frente ao que passou e ver o que acontecerá, já pensei e reformulei essa cena tantas vezes que acredito sinceramente que nenhuma delas será a real, mas é necessário, ainda hoje se faz necessário, ainda ficou alguma coisa um pouco mais forte e claramente diferente do qualquer outra. Quero apenas matar essa curiosidade para acabar com esses "ainda" que me assombram. É um desejo pra quando puder.. e será realizado no dia certo, eu sei.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

E agora, seu moço?

E aí a moça Emília me disse que sou sentimental demais para ser Psicóloga e não era a primeira vez que eu escutava  aquilo, levei como um sensível elogio. Gosto muito de ouvir as pessoas, mas acredito que não seria muito eficiente em ajudá-las. Queria falar sobre isso com o moço que acha que me conhece - o que não deixa de ser meia-verdade. Ah, outra vez essa sensação. A sensação que um livro causa, sou realmente impressionavel , estou pensando a vida por culpa das estrelas.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Foi

E foi; apenas foi. Outra vez, por vontade, por ausência de outras opções e não somente de um lado. Foi, de todas as maneiras, não tenho muita certeza de como terminou. E foi, já não posso dizer que não mais será; e talvez por isso realmente não será, ou não. É de um sentimento misto, quase nulo porque existe e não existe, mas confunde. Uma confusão exata, que sei onde começa e termina,mas já foi. Foi, foi bom. Foi para aprender a não inventar promessas pessoais por impulso e quebra-las logo em seguida. Foi para, independente do pós, lembrar sempre de fazer o seu melhor, porque depois não interessa o quanto você poderia ter feito. Mas enfim, foi.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Interferência

Os seus acinzentados  sorrindo sem querer, sem porquê
Os seus contornos bem esboçados
Que talvez ninguém note
Preenchem meus devaneios;
Já vaguei por outros cantos,
Próximos e distantes,
Mas a vontade de estar em sua presença ainda mora nesse interior .
Como posso eu ajudar?
Afastada não soa como a melhor das respostas.
Até onde seria coerente,
No papel de um amigo,
Deixar a corda arrastar
Sem enfocar ?
Digo, quando é  a hora de interferir?
Seria agora, já ?
A demora causa indagações
E já não sei se são reais ou ilusorias
Ou se é meu autoengano
entrando em ação.
Deixe-me ajudar você, reapareça.

domingo, 4 de maio de 2014

Ideia

Deveriam pensar em lugares para madrugada, que não seja bar, danceteria e afins, mas um espaço livre destinado a quem deseja madrugar conversando, bebendo em um lugar mais tranquilo a espera do nascer do sol. Alguns mandariam ir para casa, mas lá sempre tem alguém querendo dormir, assim como nos outros lares espalhados pela cidade os quais atormentamos sem querer por falta de opção. Existe vida após 22h e pré 6h e por mais que esta não pertença ao meu mundo, sete dias na semana, tenho consideração com quem precisa disso. Acho maneiro sentar na rua pra conversar a noite, mas acho um porre incomodar os outros. Cada bairro deveria ter o seu espaço da madrugada, com vistas agradáveis e fora da área de perturbação, na medida do possível.

domingo, 20 de abril de 2014

É tudo?

Um pós sábado com sensação de derrota, não pelo sábado em si, mas pela vida em si que acontece no agora. Sinto como se tivesse levado uma surra - nunca levei uma, mas imagino que seja assim - e não tenho vontade de revidar. Aí desfaço meus pensamentos em lágrimas, antes silenciosas e agora argumentativas, buscando respostas, consolo, conforto.. solução! Ou apenas uma surra. Ouvi todos os comentários possíveis, induzindo ao despertar e desde que acordei hoje minha cabeça não parou. Encontrei um exercício que pode ajudar nesse conflito, o que então me impede de começar?
Meus olhos estão prontos para derreter novamente e quando presto atenção nisso minha mente esvazia; E quando vou exercitar minha voz esvazia; E quando quero me entregar, meu coração esvazia.
É tudo medo, tudo medo do amor?

Proposta

"Te amo" e "tchau" tem o mesmo grau de dificuldade em sair da minha boca. Ambos parecem uma despedida sem volta. Proponho-me a exercitar a primeira, preciso curar essa doença criada em minha cabeça e espalhada pelo meu corpo.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Terral

Uma colega hoje veio falar-me que aparento ser alguém muito livre, e talvez eu seja em meio a tanta capricornianisse terral. Internamente tenho um apego e apreço imenso por aquilo que me agrada, mas deixo espaço, deixo ar para respirar, por vezes ar em excesso. E se for para ter algum contato maior é bom que seja compreensível - e compreensivo com - todo esse espaço. Por mais raízes que essa terra toda me dá e me faz criar, ainda preocupo-me muito com tudo ao redor, “longe de mim” querer sufocar.

domingo, 13 de abril de 2014

É simples

Uma chuvinha leve lá fora, ideal para dormir. No momento tenho tantos pensamentos que mal consigo organizá-los. É mais do que confirmado, eu gosto e tenho prazer em ouvir, porque aprendo muito a cada história contada, a cada silêncio meu, a cada discussão dali, além de trazer reflexões, nostalgias que serão aprofundadas essa semana. Sou uma criança grande - lembrando que com menos idade eu era muito responsável e cuidadosa - ainda quero fugir quando sinto cheiro de desafios, de novidades, de erros, quero o colo da minha irmã, não quero falar mal das pessoas porque é entediante, tenho um pé e meio atrás com tudo e comunico como posso, até onde posso, quero aprender como contar histórias, como não congelar frente a perguntas de qualquer gênero, como ser menos rude e aparentemente fria e tudo mais que já sei que não faço da forma correta, quero melhorar, mas não crescer. Quero que a minha amizade que já ultrapassou uma década, ultrapasse mais 90 décadas, por uma questão de carinho, de confiança, de ter com quem andar de pijama pelo quarteirão numa manhã de ressaca, falando de qualquer assunto que se torna automaticamente um ótimo assunto, quero que as amizades que tenho hoje se arrastem por todas as fases da minha vida, quero acompanhar as suas conquistas, suas mudanças, seus avanços, ou apenas ter suas presenças para que, num dia chuvoso, possamos tomar chocolate quente e rir das nossas histórias e experiências ou o que quer que seja. É notório a minha dificuldade com mudanças e a minha agitação mental, se não eu poderia estar dormindo nesse clima maravilhoso a essa hora da matina. E mesmo com tudo isso, agora desejo mesmo que essa chuva pare amanhã a tarde pra que eu possa pedalar com meus amigos, é simples!

sexta-feira, 28 de março de 2014

Veja só!

Mas que desgraças são essas, quantos desencontros, senão todos;
Quanto obstáculo, empecilho, senão perda de tempo;
Se aquela é a descrição do amor, ora! já amei
e amei muito, amei perdidamente sem saber que chamava amor;
e por isso, talvez somente por isso era apenas felicidade
era apenas ser, ir, fazer, sorrir;
se tudo isso foi amor, digo foram amores, posso então escrever um livro! Por que não?!
Mas veja só, que ironia, talvez aqui seja meu livro de amor;
amores profundos e intensos, rasos e passageiros,
amor em cada letra, cada momento. que surpresa! quanto amor..
Vou gritar para o mundo meus amores e devaneios,
mas gritarei do meu jeito, anotando amores nesse meu livro
 até que chegue a hora de falar baixinho do meu amor pro mundo ouvir!


sábado, 22 de março de 2014

Folhas de outono

Comecei o primeiro dia da minha estação preferida no hospital, passando mal de um jeito que nunca havia passado. Quatro dias depois ainda encontro-me embriagada de copos e mais copos... de soro, que parecem já não fazer mais efeito. Quase pareço uma árvore de outono, sem folhas, seca, com tom amarelado meio sem cor. Acho lindas essas árvores, mas sentir assim não tem sido nada lindo. Que vontade de não pertencer ao mundo dos adultos, não ter que voltar ao trabalho enquanto não estivesse perfeitamente normal.. mundo horrível este. Tudo que eu mais quero é ficar bem o quanto antes, sem ficar parecendo uma criancinha dependente, ou uma velhinha frágil.. Juro que estou fazendo tudo que consigo para não perder minhas folhas, mas no momento elas se vão...

domingo, 16 de março de 2014

Lua e Los

Estava observando a lua e tentei lembrar qualquer som dos Los Hermanos - porque sim- e não consegui;
Encarei fixamente a lua, tudo se apagou em volta, breu! Nada de música..
Saí da varanda pra enxergar o restante do céu. Há tempos não o via tão limpo, estava lindamente estrelado;
Procurei algo diferente, vi as estrelas na mesma posição. Nada de música..
Hoje esqueci as canções. Será que amanhã esquecerei a imagem? E depois, esquecerei o som? E por fim, esquecerei, o que quer que seja, num total?

segunda-feira, 3 de março de 2014

Câmbio, desligo.

Pela marcação de território e pela a ausência de respeito vindo de palavras próprias,
Declaro minha total indignação
Pros infernos!
Antes sair em breve daqui,
Nem mordida no ombro
Nem mãos dadas em frente aos pais
Nem o resto de prazer em ajudar,
Apenas sair daqui.
O dia, tarde, noite mais perfeito do seu ano sendo desgraçado em dois míseros minutos de stress desnecessário alheio
Manter escondido
Os atos
Os sentimentos
As palavras
Já não me satisfaz.
Talvez seja tarde, mas nunca é tarde
Para enxergar que o erro, ou a causa dele
Pode ser simplesmente uma presença que atrasou e esqueceu-se de partir.
Não levando créditos, mas a ausência deste lado talvez seja a solução
Seja geograficamente ou não, câmbio, desligo..

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Loucura?

Fantasia positiva e catastrófica,
histórias miraboladas com rapidez;
Fatos possíveis mas inexistentes,
discursos completos e complexos;
Surrealidade espontânea
capaz de prender a atenção nesse mundo paralelo.

Utopia consciente...
quando fora do transe.
Loucura?

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Peguem as canetas, pifem os computadores,
acabem com as tintas das máquinas.
Rasquem os papéis, sumam com o selos e
levem embora esse stress.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Polaridades multiplas

Tenho vivenciado extremos. Uma hora senta um senhor a minha mesa, com um ar leve, simpático, registrando o óbito de sua irmã, outro dia dois jovens marcam o casamento e mal conseguem trocar um olhar sem sair faísca, logo em seguida do primeiro caso, um registro de nascimento de um lindo bebê, que mal sabe onde veio parar, no colo de seus pais babões. Enquanto isso minha cabeça parece um terremoto e na melhor das hipóteses penso em sair correndo e nunca mais aparecer. Não sei se é possível transformar um transtorno em estado, mas tenho andado bipolarmente atordoada. Ali ainda não é o meu lugar.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Estranhissimo

Por ter formas diferentes de demonstrar carinho, formas singulares, estranhas, perde-se oportunidades. Perde-se amizades, histórias, perde-se mais; perde-se tempo, e tempo pra bom entendedor é muito, tempo é raro, é algo que deve ser investido e não perdido. E não digo perdido de passado, este já se foi há tempos, digo perdido de futuro e mais, perdido de presente. Por tentar fugir das normalidades (e até banalidades) demonstrando algo sincero, simples mas verdadeiro, é deixado de lado e visto como desleixo, como se desse menos importância. Ah! claro engano, aí está a importância. Quando me importo, não colo. Quando me importo, realmente ..me importo e sinto e me doou, da minha maneira, estranha. Leia nas entrelinhas, sou feita de entrelinhas ou linhas tão esclarecidas que passam desapercebidas.