sábado, 1 de fevereiro de 2020

Auto.. lá!

Curioso é você se pegar pensando na autoimagem que construiu com passar da vida, que não é tão longa ainda mas já não é mais tão curta, nas experiências que viveu, no que absorveu delas a sua maneira, muitas vezes distorcidas. Mas afinal o que é distorção? O que o outro vê que vejo de mim? O que vejo do outro vendo de mim? O que o outro não teve intenção de passar e mesmo assim foi interpretado e armazenado? Vai saber.
O ponto é que com passar das vivências podemos ser muito cruéis e ter noção dessa crueldade sem denominá-la como tal. Cruéis com quem somos, que sabemos que somos mas que a insegurança joga lá pra debaixo do tapete. "Hey, eu não sou isso que me mostro. Em algum momento você vai descobrir." Ou eu vou descobrir que essa é uma bela autossabotagem? Eu sou eu, com defeitos sim, real. Eu só não sei se essas características são minhas porque não me reconhecem nelas, não.. me.. reconheço nelas. Essas características que você diz e enchem meu coração, me abrem sorriso no rosto mas logo algo vem e sussurra: será? Quanto tempo para ser descoberta? Quando vai ser a primeira situação que eu não vou saber conversar sobre um assunto e vou ser pega?
Mas espera!! Descoberta?! Pega?! De que?!
Encarar seus monstros e fazer amizade com eles vai lá de um papo tête-à-tête, vai ser mostrar pro outro quem se é, quem se achava que não era, sem vergonha mesmo com muita vergonha. É acolher o elogio e aceitar que pode ser seu sim sem medo do depois. Que depois não é mesmo? É aceitar ajuda para reconstruir sua autoimagem, sem necessariamente pedir. É assumir a fluidez da vida sem pesar do passado ou sem apagá-lo como se nunca existisse. Um dia por vez, uma ressignificação por vez. Auto imagem... Auto estima.. Auto sabotagem.. Auto.. lá!