domingo, 29 de abril de 2012

Noite estranha

Uma noite de sábado de feriado prolongado muito mais cabulosa que o normal e não é opinião minha apenas, outras cinco, seis pessoas até o momento concordaram. Era número de motoboy que dava ocupado, chuva no caminho pra casa e que agora não cai mais, pessoas digamos incompletas. Tinha música, amigos, assuntos bons; mas eles também acham que essa noite teve um quê diferente. Tinha pensado em voltar a pé pra casa, mesmo sendo longe, pra pensar na vida, etc.. mas tudo foi tão sequencialmente bizarro que o último e único número de motoboy que atendeu e foi buscar uma amiga resolvi "pegar carona". Faltou uma sintonia.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Mortícia com grades

Não quis trazer pra casa meu dente, que tanto causou na minha vida, nem meu cabelo que sempre emoldurou meu rosto. Não parece mas foram duas coisas importantíssimas pra mim. O dente foi do meu acidente de bicicleta que destruiu a confraternização do dia primeiro de janeiro da minha família, um caos total, correria pra me levarem ao hospital, etc.. Minha experiência sem anestesia para recolocá-lo não foi das piores, acredite. Isso me rendeu muitos anos no dentista, que mesmo sendo uma pessoa legal não me rendeu as melhores experiências naquela cadeira da morte. O cabelo foi algo mais simples: imagine o cabelo da Mortícia Addams, sem as tranças! Era o meu, com mais volume, liso, pesado e totalmente reto. Desse jeito até os quinze mas nos primórdios da infância ele era cacheado, lindo, até minha mãe mandar cortar no ombro, aí já era a época dos cachos, alisou tudo! Aos quinze minha amiga quis me levar ao salão e eu só via MUITO cabelo no chão, sem exagero, muito, muito, muito! Hora de olhar no espelho e ver o corte escolhido por ela, secretamente: "FROM UK!", ou seja, extremamente repicado como se Edward Mãos de Tesoura tivesse feito o trabalho. Foi difícil acostumar, mas hoje até que sinto uma leve falta dele, LEVE! Desde então meu cabelo nunca mais foi "a la Mortícia". Falando nisso, sinto uma leve falta do aparelho ortodôntico, LEVE ²! Na realidade essas duas situações me remetem não a elas em si - afinal quem gosta de esfolar a cara no chão (literalmente)? - mas sim a maneira que as coisas aconteciam. É de brilhar os olhos! Foi na troca de fase que eu conheci minha atual.. galera, ou boa parte dela, cerca de quatro, cinco anos atrás. Claro que de lá pra cá fiz muitas coisas, só que as primeiras "aventuras", as proibidas, são infinitamente melhores. E é disso que eu to falando.. fazia mais sentido ser a Mortícia Addams de aparelho, bem zuada e magricela.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Carnahell

Foi o carnaval que mais me surpreendeu, sem dúvidas. Uma época que nós sabemos que tudo pode, com elevadas possibilidades, acontecer. O primeiro dia costuma ser fatal, agimos como se o fim do mundo fosse no próximo segundo. Particularmente vergonhoso. Depois chega a ressaca moral e é declarado fim de carnaval! Mas esse ano,  exceto o primeiro dia, tudo foi diferente. Eram pessoas diferentes, agindo diferentemente iguais. E até mesmo no último dia, quando restava apenas o pó de nossas energias, as surpresas apareciam, desde seu amigo de infância, até seu amigo de faculdade. E o melhor de tudo é saber que elas não são exatamente o que você pensou, existe consideração.

(Escrito algum dia pós-carnaval...)

Analógico: the power

Alguém no mundo deve estar procurando viver algo analógico, como essas câmeras antigas... Você mira, enquadra, sensibiliza, tudo mentalmente depois clica e espera até o resultado aparecer. Pode demorar, pode ser rápido, pode ficar bom, pode não ficar e mesmo assim ser bonito; mas essa etapa de aprimoramento faz você aprender como é o click certeiro. E o que é esse click se não algo inesperado só que no momento certo?
Engraçado é eu vir até aqui desejando escrever sobre uma coisa e terminar escrevendo outra, totalmente mais otimista e positiva de alguma forma. Cheguei pra soltar pensamentos sobre "esquecer" e acabei concluindo que esperar é, esquecer, aprender, seguir em frente e entender outros lados. Leve o tempo que for necessário.
Torna-se difícil quando não deseja esquecer. Você não luta, não torce para que a essência mude, mas para que a fase mude e as flores voltem. Hoje você não deseja esquecer e amanhã pode ter esquecido. Se algo o faz querer lembrar é porque certamente teve importância, mas isso todo mundo já sabe. Acho que essa ideia aparentemente inusitada de querer voltar, vai me fazer prosseguir. Desde que pensei em arrumar uma câmera, - até conseguir uma, começar a descobrir como usá-la, esperar para comprar o filme, esperar para ter o que fotografar, entender que o ser fotografado não precisa ser planejado, e quando meu filme acabar ter que esperar novamente para revelar e ampliá-lo e finalmente ter a surpresa do que realmente saiu - já percebi que paciência é extremamente necessário, do contrário não vou fazer muito depois da quinta pose. Vou gastar esse rolo de 36, depois outro e outro e outro e continuarei sempre procurando o click certeiro, não na fotografia... Na vida.
Fico feliz que você esteja bem.