domingo, 28 de julho de 2013

Inside

Incomoda mais que a dor física do meu ombro,
desregula mais que um stress de trabalho.
Força meu maxilar, estraga minha postura,
por falta de nome esvazia minha cabeça de tudo que é lógico.
Perdi a vontade de sorrir por conta própria, por agora,
só sorrio pra buscar aliviar alguém que me olha.
Um abraço apenas não resolveria, uma palavra tampouco.
É aqui dentro.
Queria, mas querer não serve. Podia, mas poder não pode.
Pensei, mas não formou nada digno de provável solução.
Tenho vontade, mas não basta.
É aqui dentro.

Nota especial

"Você tem que ser o que você é, e não a filha do seu pai."

terça-feira, 23 de julho de 2013

52dica

Um coluna mole feito amoeba,
um sorriso que esticava ao modo gato,
risadas, ações e falas que não aconteceram,
chuva que não existiu.
Um estalo para as horas mais cansativas,
mais abstratas que se podia passar até então.
52dica fraco, de gosto amargo e androidemente viajado.
Acabou nature como a vaca-cão.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Drogaria

A face estava estagnada, só os olhos mexiam. Um suave calor partia das orelhas, envolvia as bochechas e se encontrava na ponta do nariz. Os ombros estavam pesados, os dentes rangendo inconscientemente, pura tensão. Não devia ter arredado o pé da cama. A cabeça doía. A sorte não vinha. Não era de todo ruim. O tédio envenenava. A postura não existia. Queria dormir, o sono não vinha, o sonho não tinha. O cansaço batia. As unhas por pouco não fizeram estrago. Talvez nem por muito fariam. Nunca fizeram. Não aqui. Pff, unhas. A culpa sem procedência surgia. O mau humor não assumia. Os erros cada vez mais cometia e corrigia. E finalmente chegou o final do dia.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Tesouro

- Olha, cavando!
- É? Pra achar o quê?
- Um tesouro.
- O que é esse tesouro?
- Ouro! Muito ouro!
- Nossa! E o que você vai fazer com esse ouro?
- Comprar.
-Comprar o quê?
- Hmm... Você!
- Você tá procurando ouro pra me comprar?!
- Uhum, sim!
- E quanto ouro você achou?
- Essa piscina toda é ouro.
- E quanto desse ouro você precisa pra me comprar?
- Aqui! (mostra uma bolinha)
- Uma bolinha de ouro me compra?
- hm.. Não, não! Preciso da piscina toda!
- Tudo isso?
- Não sei. Quantos anos você tem?
- 20.
- Então preciso de 1, 2, 3, ... 17, 18, 19 e 20! (contando as bolinhas)

Durante o dia roubaram meu nariz, fizeram cócegas e contaram histórias para mim. E ainda usam o tesouro para me comprar! Só o que eu precisava mais era daquele abraço de urso que ganhei! E do cansaço nem me lembro mais..

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Não quero escrever o futuro

Será que procuramos por fotos para lembrar e reforçar o rosto que não queremos esquecer?
Será que que escrevemos para intensificar e reforçar o sentimento?
A impressão que tenho é que sim, a cada foto fica mais nítido imaginar o sorriso, o olhar.. a memória; a cada palavra sinto como se tivesse escrevendo o futuro, como se o que eu escrevesse fosse capaz de se tornar realidade só porque escrevi. E assim, parece que aumento o que realmente sinto. Outro dia li :
"... De algum modo, contar histórias repetidas vezes 
parece tornar elas mais reais do que devem ter sido." 
(Henry Charles Bukowski)
E é isso que estou tentando explicar. Que não falo, não escrevo com todas as letras para não tornar realidade, para não escrever o futuro. Mas ainda vejo as fotos... E graças a isso a memória, mesmo que ainda recente, fica mais e mais natural, ainda não é filme mudo tem o som das risadas, boas, ótimas risadas! Acredito que percebi a tempo. Será?

terça-feira, 2 de julho de 2013

Algo sobre falar

Eu sei que esses dias acordei de mãos dadas com o Bom Dia. Depois dele sorrir e me abraçar, simplesmente aceitei que coisas acontecem e que não necessariamente elas terão um motivo, uma justificativa para acontecerem. É ..natural. Se quiser encontrar um motivo para essas coisas, sei que vou pirar - de ter dores de cabeça- e isso estragará tudo. Então eu sorri pro bom dia e o abracei também. E foi isso. Acaba sendo algo mais sobre sentir.