Enquanto fui me construindo fui me destruindo
Tenho medo do mundo, medo de viver
Não sei usufruir da loucura talvez por não conhecê-la
Desde muito nova me eduquei para ser uma pessoa digna
Daquelas que não deve nada a ninguém porque tem um caráter muito bem embasado de acordo com sua consciência e com os exemplos maternos e paternos. Alguém que sempre quis estar ali, não necessariamente pela bagunça mas caso alguém precise. Não a pessoa que tem conselhos mas que faz perguntas e faz o outro se ouvir. Sempre estive em segundo plano das pessoas loucas e sempre tive um ímã impressionante para com elas mas nunca jamais fui uma louca de alma e coração. Não é que esta louca esteja guardadinha aqui dentro, não.. É que nem ao menos pensamentos loucos e livres existem aqui. Minhas paranóias e sonhos são de coisas que existem, que já vi. A criatividade e imaginação ficou com a menina que teve amigo imaginário e que conversava com outra criança japonesa sem saber uma palavra de japonês.
Só para explicar um louco não é alguém menos digno ou de menos caráter, mas sem duvidas ele é mais livre. De uma liberdade que eu não posso fingir ter porque não conseguiria fingir, não seria espontâneo. É por isso que ando com loucos, por admiração. Não tenho o que acordar aqui dentro, sou isso e só mas posso observa-los e te-los por perto pra me sentir acolhida de certa forma. Só não sei porque eles andam comigo, porque me tem como amiga. Não sei ser balança porque em meio a essa racionalidade toda e empaquei enquanto crescia. Não há talentos desenvolvidos, habilidades, não haveria de ter uma conversa longa e profunda embasada em qualquer coisa senão os meus achismos certos que originam no que parece ser menos errado. Sou um atraso de vida como companhia e ainda assim eles estão aqui. Ou sou eu que rodeio tanto eles que não há outra saída? Destruo a mim mesma a cada dia, sem dramas, sem coitadismos, é o que enxergo e sinto.