quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Série: rascunhos do facebook - parte 1

O último alfajor guardei pra você, e você não quis receber. Fui tomar tequila e vocês não estavam aqui pra me entregar um cartão de estudante como pagamento ou me aguentar embriagada falando sobre signos. Nos assuntos mais variados e afastados você é citado frequentemente, como se estivesse sempre presente. Você, vocês, você, vocês, durou, duraram. O último alfajor eu tentei entregar-te. A última dose que uma vez despertou-me para encantar-te e outra para sorrir contigo ontem proporcionou-me uma alegria solitária, de dançar, sorrir e falar, muito mais do que deveria. Excesso mesmo, como tudo desde o primeiro dia da tequila. Então passei o último alfajor. E pouco tempo depois outra caixa chegou, pouco a pouco foi perdendo volume, de seis restaram quatro, três, dois e hoje tenho novamente o último alfajor, talvez esperando alguém que venha buscá-lo, talvez esperando a hora certa de ser devorado, exageradamente devorado. Mas somente uma pessoa poderá fazê-lo. Por via das dúvidas, o último alfajor está na caixa, solitário como a alegria, esperando. Boa noite, durma bem.

Domingo, 11 de Março de 2012 às 23:50

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