quarta-feira, 30 de setembro de 2020

O que eu faço com isso?

 Chorosa há uns dias, emoções se confundindo e fundindo em meio a uma tpm que parece longa, a uma virada de mês que parece distante e presente desde o primeiro dia, um medo do que posso sentir, um descontrole de pensamentos, um enorme fluxo de pensamentos que me deixam pesada, cansada, culpada, distante. Conteúdos bestas que passam no segundo seguinte, conteúdos insistentes que teimam em sondar o presente, conteúdos que me acompanham  vida toda e que foram sendo agregados há novas informações, conteúdos que as datas me proporcionam revisitar de uma forma muito mais intensa que o cotidiano.

Desde o pensar sobre como faz calor em setembro e continua em outubro sem chuvas fortes aqui mas que naquele dia específico caiu mundos e fundos do céu e que nos anos que se seguiram o dia amanhece azul e por mais que eu durma confusa e profundamente triste eu me sinto acolhida e abraçada pelo azul que me acorda. 

A ansiedade de não saber elaborar uma conversa com alguém tão próximo e por vezes tão distante e questionamentos sobre o que não nos mantém próximas, tentando entender a minha parcela de responsabilidade mas que ela não é a única.

Pensando sobre como, há alguns anos, nessa fase do ano eu sempre estou em conflitos com pessoas próximas porque eu não me sinto confortável nesses dias e me sinto tão cansada que não sou capaz de formular uma frase que expresse isso bem no momento devido e sem querer que isso se torne uma justificativa e ao mesmo tempo sem apagar isso por ser verdadeiro e sem querer que isso não vire uma bola de neve mas sem energia pra mudar e agir.

Eu queria muito ter pessoas perto fisicamente pra compartilhar o meu silêncio ao lado delas. As vezes eu tenho preguiça na ação de falar e um gesto, um olhar, um sorriso, um encostar seria tão mais leve e não é culpa de ninguém. 

Eu me encontro em um momento distorcido, procurando a leveza que me acompanhava até outro dia, sem querer sentir o que estou sentindo travado na garganta, com a voz inclusive falhando, sem saber agir com as pessoas próximos a ponto de poder alivia-las e sem antes saber me aliviar, me sentindo incapaz, cansada de nada. 

Eu penso que preciso mudar tanta coisa, mudar como eu reajo, como respondo, como escuto.

Eu identifico tantos e tantos pensamentos, o que eu faço com isso?


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